LINHA CULTURA E MEMÓRIA (desde 2004)
A Linha Cultura e Memória desenvolve estudos e pesquisas voltados preferencialmente para o tempo presente, podendo, contudo, abranger outros recortes temporais. Articula-se com as reflexões e debates teórico-metodológicos que contemplam os conceitos de cultura e memória. Estes conceitos operam com referenciais teóricos em sintonia com um amplo espectro de temáticas e privilegiam discursos e práticas culturais associados ao plano político, sociocultural e econômico. A diversidade de abordagens teóricas encontra-se imbricada às categorias temporais e espaciais em sua multiplicidade. A cultura pensada nas diversas formas de fazer e dizer, singulares a temporalidades e espacialidades próprias, é perpassada por fluxos de mudança e alteridade, associados aos múltiplos legados do passado. O percurso epistemológico, que os estudos sobre memória e história propõem, tem em vista a análise do espaço de experiência e do horizonte de expectativa em que futuro, passado e presente se imbricam. As representações do passado e do presente são, desse modo, alvo da constante tensão dos movimentos de ressignificação. Nesse diapasão, Linha a de Cultura e Memória tem buscado discutir os usos do passado, notadamente no campo do patrimônio cultural. Além disso, ainda no âmbito da cultura, a Linha também desenvolve estudos e pesquisas sobre o campo intelectual, as políticas públicas de cultura, e as relações de gênero, dentre outros temas. No que tange às reflexões e análises sobre a memória, essas têm como referência categorias e conceitos que ao atenderem as problemáticas historiográficas rompem a linearidade cronológica, a imagem do passado como acumulação de bens culturais e a fixidez do espaço temporal. Nessa mesma perspectiva, a produção narrativa é constitutiva do pensamento e da escrita da história. Portanto, ao operar com as multiplicidades e diversidades, a Linha de pesquisa Cultura e Memória desenvolve intenso diálogo com diferentes abordagens teóricas em estreita conexão com as temáticas advindas das diferentes pesquisas, que os variados corpora documentais suscitam.
LINHA MUNDO ATLÂNTICO (desde 2011)
Ao longo do período moderno, as interconexões entre América, África e Europa se intensificaram proporcionando a construção de intercâmbios de pessoas, mercadorias, ideias e práticas. A chegada da contemporaneidade acelerou ainda mais essas dinâmicas, uma vez que novos meios de transportes e comunicações encurtaram as distâncias e possibilitaram o contato remoto. A Linha Mundo Atlântico procura enquadrar suas abordagens nesse espaço devassado a partir do século XV e cada vez mais utilizado, desde aquele momento, como elo entre as diversas áreas continentais que lhe circundam (inclusive seus espaços interiores) e as outras massas oceânicas do planeta. Nessa perspectiva, consideramos essencial dedicar atenção aos aspectos que transcendem os limites políticos de entes nacionais e imperiais, valorizando precisamente as conexões, os intercâmbios e as diásporas ocorridas ao longo de cinco séculos, procurando observá-los tanto nos núcleos onde eles são mais evidentes (como as cidades e os portos), como nos locais onde exijam mais esforço para serem vislumbrados (sertões, fronteiras, comunidades isoladas geográfica ou socialmente e no próprio oceano). Nesse sentido, postulamos que, dentro do universo de temporalidades e espacialidades que o mundo atlântico oferece, a noção de uma descentralização na construção dos objetos de pesquisa pode ampliar os horizontes investigativos, permitindo trilhar searas antes interditas ou subvalorizadas em razão de impedimentos conceituais. As múltiplas temáticas e metodologias enquadradas numa abordagem atlântica estimulam o diálogo com aportes teóricos variados, inclusive de outras áreas das humanidades. Romper os moldes eurocêntricos que tradicionalmente balizaram as pesquisas exige um olhar atento à multiculturalidade, à multietnicidade, aos intercâmbios multidirecionados e à própria diversidade de realidades contidas no espaço-tempo enfocados. A Linha Mundo Atlântico abriga pesquisadores com projetos que busquem entender questões vinculadas a essa noção de Mundo Atlântico, à construção e circulação de ideias, identidades e instituições, às múltiplas faces e resultados das interações e relações entre as Américas, África e Europa.
LINHA RELAÇÕES DE PODER, SOCIEDADE E AMBIENTE (desde 2011)
A Linha Relações de Poder, Sociedade e Ambiente busca articular temas da história social, política, econômica e cultural, além da temática ambiental, nas épocas moderna e contemporânea. Prezando pela pluralidade de enfoques e diversidade dos aparatos conceituais, ela pode também incluir uma abordagem em espaços geográficos diversos. As relações de poder compreendem condutas de agentes históricos individuais e coletivos, e os contextos nos quais estão imersos, tanto no âmbito mais geral das lutas, quanto no espaço do cotidiano. As temáticas exploradas compreendem a história da saúde pública; das relações entre seres humanos e natureza; Estado e elites; cidadania; movimentos sociais; relações de trabalho; questão fundiária, de gênero, povos originários e comunidades tradicionais, além de debates teóricos em torno da construção do conhecimento histórico.
LINHA SABERES HISTÓRICOS: TEORIA, ENSINO E MÍDIAS (desde 2021)
A Linha de pesquisa Saberes Históricos: Teoria, Ensino e Mídias tem por objetivo problematizar e discutir elementos teóricos e metodológicos na construção da história como forma de conhecimento, narrativa e ensino, destacando os usos da História em práticas socioculturais em suas relações com as mídias nas sociedades contemporâneas. A composição dessa Linha se caracteriza pelos atuais debates presentes na teoria da História e da Didática da História com expoentes na Alemanha, Inglaterra e Canadá. Propõe trabalhos que articulam a construção de narrativas e seus usos na História e no Ensino, possibilitando reflexões sobre como as mídias em diálogo com a sociedade e os indivíduos se apropriam dos saberes históricos, constroem-nos e os ressignificam. E, como esses saberes estão presentes numa História Ensinada, trazendo as discussões do Ensino para o campo História, entende-se que a história é ordenada culturalmente e de diversos modos, uma vez que os significados são reavaliados quando postos em prática possibilitando estudos que admitam conhecimentos complexos e a partir múltiplos saberes históricos. Seus campos: estudos de prática histórica, o ensino de história, produção e aprendizado histórico, teorias e metodologias da História, narrativas históricas presentes no uso das diversas mídias e suas linguagens.
LINHA DO ANTIGO AO MODERNO: PODERES, CULTURAS E DISCURSOS (desde 2021)
A Linha tem como propósito investigar os mais diversos aspectos das sociedades que se constituíram durante os períodos tradicionalmente convencionados como Antiguidade, Idade Média e Idade Moderna, em diversos recortes espaciais. Para tanto, se propõe a ir além dos horizontes do paradigma nacionalista e das bases ideológicas de cunho identitário, dentro dos quais grande parte da reflexão sobre essas temporalidades anteriores à constituição dos estados nacionais contemporâneos se produziu. No contexto dessas diversas temporalidades, aqui percebidas no entrecruzamento com as espacialidades plurais, a Linha se dedica, mais especificamente, à reflexão sobre as instituições e modos de organização político-sociais; às linguagens políticas e às formas de exercício do poder; às relações estabelecidas entre os sujeitos e os grupos sociais, suas redes e às formas de sociabilidade; às relações de gênero e de alteridade; às relações entre poder e religião; à produção material, cultural e intelectual: às relações entre escrita e oralidade; aos valores e concepções (tradições, costumes, crenças, ideologias, utopias); às formas e às transformações do discurso histórico e aos usos do passado.