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UFPE concede título de Professor Emérito ao docente aposentado do DQF Oscar Malta

A solenidade foi presidida pelo vice-reitor Moacyr Araújo

O professor Oscar Manoel Loureiro Malta recebeu o título de Professor Emérito da UFPE nesta quarta-feira (17), à tarde, no Auditório Professor Ricardo Ferreira, localizado no Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN), Campus Recife, em solenidade presidida pelo vice-reitor Moacyr Araújo. Até hoje, o docente titular aposentado do Departamento de Química Fundamental (DQF) da Universidade ainda tem forte atuação e prestígio nas áreas de Química e Física, trajetória pela qual é homenageado com esse título honorífico.

Fotos: Bruno Nogueira

Oscar Malta recebe título das mãos do vice-reitor

Em 2023, Oscar Malta figurou na lista Elsevier/Stanford dos cientistas e pesquisadores mais influentes do mundo ao longo de suas carreiras. A lista é montada pela Elsevier, empresa global de informações analíticas, em colaboração com pesquisadores da Universidade de Stanford (EUA). E, por duas vezes, o docente esteve também na lista dos 2% mais influentes professores do mundo, em 2019 e 2020, de acordo com um estudo da Plos Biology. Recebeu, em 2015, o Prêmio Ricardo Ferreira ao Mérito Científico da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe). Foi condecorado, em 2018, com a comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico (ONMC), título concedido pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) a personalidades brasileiras e estrangeiras como forma de reconhecimento das suas contribuições científicas e técnicas para o desenvolvimento da ciência no Brasil.

Professor Emérito é um título honorífico conferido por uma entidade de ensino a seus professores já aposentados, que atingiram alto grau de projeção no exercício de sua atividade acadêmica. É concedido àqueles profissionais que se destacaram em sua área de atuação, pela relevância e/ou magnitude de sua produção e atividade científica.

SOLENIDADE - A mesa da solenidade da concessão do título de Professor Emérito foi formada pelo vice-reitor Moacyr Araújo (representando o reitor Alfredo Gomes); pelo homenageado; pela diretora do Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN), Claudete Fernandes Pereira; pela pró-reitora da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (Propg), Carol Leandro; pelo pró-reitor da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propesqi), Pedro Carelli; pela diretora-presidente da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe) e professora do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da UFPE, Fernanda Pimentel; pelo chefe do Departamento de Química Fundamental (DQF) da UFPE, Elton de Lima Borges; e pelo professor emérito da UFPE Gilberto Fernandes de Sá, também responsável pelo discurso panegírico.

A comissão de honra, por sua vez, que o conduziu ao auditório, foi composta pela sua esposa, Fernanda Modesto; pela professora aposentada da Universidade de Pernambuco (UPE) Paula Loureiro; por três professores eméritos da UFPE Cid Bartolomeu de Araújo, Edgar Guimarães Victor e Gilberto Fernandes de Sá; pelo professor Alfredo Arnóbio de Souza Gama; pelo irmão do professor Oscar Malta, Ricardo Malta; pelo professor Antônio Carlos Pavão; pelo professor Antônio Soares; pelo professor Bertrand Sampaio de Alencar; pelo professor Petrus d’Amorim Santa Cruz de Oliveira; pelo professor Ricardo Luiz Longo; pelo professor Severino Alves Junior; e pelo professor Wagner de Mendonça Faustino, ex-aluno de Oscar Malta.

O vice-reitor Moacyr Araújo abriu a cerimônia falando que era uma honra muito grande presidir a mesa e conduzir a solenidade. “É uma honra tão grande estar aqui, conduzindo essa cerimônia, que, se eu pudesse, eu a colocaria no meu Lattes (risos). Uma universidade forte não pode existir sem uma pesquisa forte. Estamos muito orgulhosos de colher os resultados hoje, com a evolução dos nossos programas de pós-graduação, que só podem existir lastreados por uma pesquisa forte. É gratificante conceder mais um título emérito ao CCEN e estar aqui hoje. Uma trajetória como a do professor Oscar é difícil de resumir em uma tarde, pois acumula muitas horas de aula, artigos publicados, pesquisas, participações em congressos etc. E isso só é possível quando o docente é um agregador, capaz de trabalhar pelo coletivo. Algo que Oscar Malta sabe fazer muito bem e é conhecido por isso. Os nossos professores eméritos e honoris causa são a vitrine da UFPE”, afirmou.

Durante o discurso panegírico, no qual foram elencados os grandes feitos da trajetória acadêmica e profissional do professor Oscar, Gilberto Fernandes de Sá destacou que o colega, que foi orientando dele no mestrado, é reconhecido internacionalmente, e que sua formação é plural, na qual teve a participação de muitos docentes. Estudou no Colégio de Aplicação (CAp). A graduação foi em licenciatura em Física, na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), finalizada em 1976, possui mestrado em Física pela UFPE (1977) e doutorado em D'etat Ès Sciences Physiques pela Université Pierre et Marie Curie/Université Paris VI (1981), com bolsa do CNPq, sob a orientação do professor Yves Jeannin. Chegou a fazer alguns anos de Engenharia Química na UFPE (1973-1975), mas abandonou o curso para entrar no mestrado em Física, pois já tinha uma graduação. Chegou a professor titular do DQF, e foi chefe da pós-graduação de Química. Hoje, é pesquisador 1A do CNPq.

Oscar Malta atuou como pesquisador visitante no Centre National de la Recherche Scientifique, em 1986, onde trabalhou com Paul Caro e Pierre Porcher. Desde então, vem se dedicando ao trabalho de pesquisa sobre propriedades espectroscópicas de compostos com íons lantanídeos.

“A qualidade maior dele são as publicações em revistas de alto impacto. São 263 publicações nessas revistas. E o marcador dele é alto! O H dele passa dos 60. Concentra mais de 15 mil citações e as mais diversas contribuições em várias áreas da Química e Física”, explanou Gilberto Fernandes de Sá. Ele teve trabalho que, após publicado, lhe rendeu entre 300 e 400 citações. Através de seus projetos, houve avanços na interação e concepção de trabalhos coletivos no DQF.

Logo depois do panegírico, foram vestidas as vestes doutorais, a samarra azul, da cor das Ciências Exatas, no professor Oscar Malta, e o vice-reitor Moacyr Araújo entregou o diploma do título de Professor Emérito, fazendo a leitura do ato e colocando o capelo sobre sua cabeça.

Daniela Malta, filha do homenageado, falou que também era uma honra poder estar presente numa data tão especial, disse que conversa muito com o pai durante horas, sobre o trabalho dele. “Às vezes, não compreendo tudo, mas amo como ele fala do trabalho. E vejo meu pai como um exemplo de profissional, apaixonado pelo que faz. E foi esse amor pela carreira que ele tem que me incentivou a também seguir uma carreira que eu amo: a dança”, disse.

Homenageado relembrou brincadeiras de criança com kit de brinquedo

Por fim, durante os agradecimentos, o professor Oscar Malta, muito emocionado, falou que desde pequeno, quando ganhou um kit de brinquedo dos pais, chamado o “O Pequeno Cientista”, passou a fazer ‘experimentos’ e se encantou pelas ciências. “Um dia misturamos, eu, meu irmão e um colega, permanganato de potássio com ácido sulfúrico diluído e, quando começou a sair gás, resolvi botar hidróxido de amônia e foi uma explosão medonha. Esse ‘laboratório’ improvisado era embaixo de uma escada no prédio onde morávamos. A explosão foi tão grande que a dona do prédio falou com meus pais e nosso laboratório foi desmontado. Meu lado boêmio, que me foi passado por meu pai, também foi muito importante. Aprendi a tocar violão com Canhoto da Paraíba. E foi um lado importante meu, com a ciência”, contou o professor.

Oscar Malta fez questão de agradecer à toda a comissão de honra e aos familiares presentes, dentre eles sua esposa, Fernanda Modesto; sua ex-esposa e mãe dos seus filhos, Silvana Salazar; seus filhos, suas netas, Nina e Gabi, e o seu bisneto, Bernardo.

BIOGRAFIA – O homenageado já atuou como pesquisador visitante no Centre National de la Recherche Scientifique-CNRS (Meudon, França); professor visitante nos Institutos de Química da Unesp (Araraquara), USP (São Paulo) e Universidade de Santander (Bucaramanga, Colômbia). Também foi professor convidado do Programa Europeu Erasmus Mundus na Universidade de Aveiro (Portugal) e professor visitante na Faculty of Chemistry of the University of Wroclaw (Polônia) e na National University of Singapore.

O professor também se destaca por sua produção intelectual, com participação em encontros científicos nacionais e internacionais e apresentação de dezenas de palestras. Foi coordenador executivo da Rede Nacional de Nanotecnologia Molecular e de Interfaces (Renami) e do INCT de Nanotecnologia para Marcadores Integrados INCT-Inami. É membro do Comitê Assessor da Área de Química do CNPq, do Comitê Assessor da Capes na Área de Química e do Comitê Assessor da Facepe.

É membro da Academia Pernambucana de Ciências (APC) e da Comissão do Memorial dos Notáveis Cientistas de Pernambuco. O docente também recebeu honrarias e homenagens, com destaque para o Prêmio Ricardo Ferreira ao Mérito Científico, concedido pela Facepe, e a Medalha Paulo Duarte ao Mérito Científico, concedida pela ABQ-PE. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Wroclaw, na Polônia, em 2017.

A concessão do título de Professor Emérito da UFPE a Oscar Malta foi aprovada pelo Pleno do Departamento de Química Fundamental, pelo Conselho do CCEN e pelo Conselho Universitário da UFPE.

Data da última modificação: 19/07/2024, 13:14