LINHA CULTURA E MEMÓRIA
A linha Cultura e Memória desenvolve estudos e pesquisas voltados preferencialmente para o tempo presente, podendo, contudo, abranger outros recortes temporais. Articula-se com as reflexões e debates teórico-metodológicos que contemplam os conceitos de cultura e memória. Estes conceitos operam com referenciais teóricos em sintonia com um amplo espectro de temáticas, e privilegiam discursos e práticas culturais associados ao plano político, sociocultural e econômico. A diversidade de abordagens teóricas encontra-se imbricada às categorias temporais e espaciais em sua multiplicidade. A cultura pensada nas diversas formas de fazer e dizer, singulares a temporalidades e espacialidades próprias, é perpassada por fluxos de mudança e alteridade, associados aos múltiplos legados do passado. O percurso epistemológico, que os estudos sobre memória e história propõem, tem em vista a análise do espaço de experiência e do horizonte de expectativa em que futuro, passado e presente se imbricam. As representações do passado e do presente são, desse modo, alvo da constante tensão dos movimentos de ressignificação. Nesse diapasão, a linha de Cultura e Memória tem buscado discutir os usos do passado, notadamente no campo do patrimônio cultural. Além disso, ainda no âmbito da cultura, a linha também desenvolve estudos e pesquisas sobre o campo intelectual, as políticas públicas de cultura, e as relações de gênero, dentre outros temas. No que tange às reflexões e análises sobre a memória, estas têm como referência categorias e conceitos que ao atenderem as problemáticas historiográficas rompem a linearidade cronológica, a imagem do passado como acumulação de bens culturais e a fixidez do espaço temporal. Nessa mesma perspectiva, a produção narrativa é constitutiva do pensamento e da escrita da história. Portanto, ao operar com as multiplicidades e diversidades, a linha de pesquisa Cultura e Memória desenvolve intenso diálogo com diferentes abordagens teóricas em estreita conexão com as temáticas advindas das diferentes pesquisas, que os variados corpora documentais suscitam.
LINHA MUNDO ATLÂNTICO:
Ao longo do período moderno, as interconexões entre América, África e Europa se intensificaram proporcionando a construção de intercâmbios de pessoas, mercadorias, ideias e práticas. A chegada da contemporaneidade acelerou ainda mais essas dinâmicas, uma vez que novos meios de transportes e comunicações encurtaram as distâncias e possibilitaram o contato remoto. A linha Mundo Atlântico procura enquadrar suas abordagens nesse espaço devassado a partir do século XV e cada vez mais utilizado, desde aquele momento, como elo entre as diversas áreas continentais que lhe circundam (inclusive seus espaços interiores) e as outras massas oceânicas do planeta. Nessa perspectiva, consideramos essencial dedicar atenção aos aspectos que transcendem os limites políticos de entes nacionais e imperiais, valorizando precisamente as conexões, os intercâmbios e as diásporas ocorridas ao longo de cinco séculos, procurando observá-los tanto nos núcleos onde eles são mais evidentes (como as cidades e os portos), como nos locais onde exijam mais esforço para serem vislumbrados (sertões, fronteiras, comunidades isoladas geográfica ou socialmente e no próprio oceano). Nesse sentido, postulamos que, dentro do universo de temporalidades e espacialidades que o mundo atlântico oferece, a noção de uma descentralização na construção dos objetos de pesquisa pode ampliar os horizontes investigativos, permitindo trilhar searas antes interditas ou subvalorizadas em razão de impedimentos conceituais. As múltiplas temáticas e metodologias enquadradas numa abordagem atlântica estimulam o diálogo com aportes teóricos variados, inclusive de outras áreas das humanidades. Romper os moldes eurocêntricos que tradicionalmente balizaram as pesquisas exige um olhar atento à multiculturalidade, à multietnicidade, aos intercâmbios multidirecionados e à própria diversidade de realidades contidas no espaço-tempo enfocados. A Linha Mundo Atlântico abriga pesquisadores com projetos que busquem entender questões vinculadas a essa noção de Mundo Atlântico, à construção e circulação de ideias, identidades e instituições, às múltiplas faces e resultados das interações e relações entre as Américas, África e Europa.
LINHA RELAÇÕES DE PODER, SOCIEDADE E AMBIENTE:
A Linha Relações de Poder, Sociedade e Ambiente busca articular temas da história social, política, econômica e cultural, além da temática ambiental, nas épocas moderna e contemporânea. Prezando pela pluralidade de enfoques e diversidade dos aparatos conceituais, ela pode também incluir uma abordagem em espaços geográficos diversos. As relações de poder compreendem condutas de agentes históricos individuais e coletivos, e os contextos nos quais estão imersos, tanto no âmbito mais geral das lutas, quanto no espaço do cotidiano. As temáticas exploradas compreendem a história da saúde pública; das relações entre seres humanos e natureza; Estado e elites; cidadania; movimentos sociais; relações de trabalho; questão fundiária, de gênero, povos originários e comunidades tradicionais, além de debates teóricos em torno da construção do conhecimento histórico.